Sobre a eterna fuga

Um festival de música já não é mais sobre música;
Uma premiação de filmes já não é mais sobre filmes;
Aquilo que “É” já não mais “É” …
Teria o “SER” se tornado tão entediante que o “NÃO SER” se tornou muito mais interessante?
Será que o “SER” já não mais contenta, ainda que o “NÃO SER” se irrompa de forma tão violenta?
“SER” exige disciplina, sacrifício, constância;
Para “NÃO SER”, basta deixar-se levar pela maré de frivolidades e seus falsos ares de importância.
Em fuga eterna do “SER” para o “NÃO SER”, caminha o ser humano, entediado. Indiferente a qualquer recado.
Estranhos são os tempos em que o óbvio foi sepultado ao lado do “ser”, por ora rebaixado.
(Daniel Vianna Hunziker)